Está na hora de sair de casa

Porque a vida do dia-a-dia deixou de se criar, alimentar e saborear nas ruas da cidade, isolando-se em espaços monótonos e disconexos..

Porque nos movemos num túnel que nos transporta apressadamente das quatro paredes do nosso lar para as do nosso emprego e das nossas catedrais de consumo..
Porque para fomentar a tolerância é importante ter espaços para misturar e conviver com pessoas diferentes e assim descobrir que também somos semelhantes..
Porque uma cidade com gente na rua é uma cidade segura..
Porque o cordão umbilical que sempre ligou a cidade à natureza foi pavimentado, inibindo-a de respirar, de arrefecer-se, de hidratar-se, de abrigar-se do sol e de viver as estações..
Porque os bairros e as comunidades estão a ruir e já não conhecemos o nosso vizinho ..
Porque a esfera pública deve ser o território da humanidade e não da economia e ainda menos do economicismo..
Porque os centros comerciais não são espaços públicos e as estradas não são ruas..
Porque os espaços comuns são essenciais para celebrar, protestar, dialogar, namorar, expôr toda a complexidade do nosso tecido social e unirmo-nos em solidariedade..
Porque a mudança revigora-nos..

Por essas e muitas outras está na hora de sair de casa e fazermo-nos à rua.

Vamos reconquistar território e mudar as fronteiras, montar nas ruas os palcos da nossa expressão artística e cultural..

..em espírito de festa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Convite á celebração da zona pedonal de Almada




2 meses após a inauguração da zona pedonal de Almada, é tempo de experimentar e celebrar este novo espaço. Um espaço que ajuda Almada a ser uma cidade com vida própria, afastando-a do seu papel de subúrbio dominado pelo automóvel.

Almada tem finalmente uma zona pedonal. Curiosamente, nesta zona circulam veiculos autorizados, que incluem 4 carreiras de autocarro, táxis, cargas e descargas e centenas de automóveis com autorização especial. Em qualquer dia da semana, à hora de ponta, pode contar-se mais de 50 veículos a circular num período de 15 minuto. Trata-se provavelmente da zona pedonal com mais carros do mundo.

Esta festa é uma oportunidade para todos os automobilistas, peões, ciclistas, skaters, ou outros veículos, disfrutarem da zona pedonal sem usar o motor.

Há muitas pessoas que não têm ou não querem ter um automóvel. Outras, que tendo um, preferem circular na cidade de bicicleta, disfrutar o convívio a pé e fazer as compras nas lojas do seu bairro, em vez de deslocar-se para uma grande superfície fora da cidade.

Se você é uma destas pessoas, então venha também celebrar a zona pedonal, na próxima 6ª feira, dia 16 de Janeiro, a partir das 16:00 em frente ao Café Central, no praça do MFA. Daqui seguiremos com um passeio pela zona, animados por música e outros elementos de animação que os cidadãos decidirem trazer para a sua rua - um rádio, instrumentos musicais, mesa e cadeiras de campismo, vinho, sumos, bicicletas, patins, trotinetes, skates e carrinhos de bébes! Haverá também uma banda de percussão.

Para os automobilistas que diariamente estacionam de forma ilegal na zona: é melhor prepararem-se para estacionar os carros fora da nossa zona, uma vez vamos precisar de todo o espaço a que temos direito para fazer a nossa celebração!

Já experimentou percorrer a zona pedonal a pé?

Experimente e junte-se a nós!


Como chegar:

A praça do MFA fica bem no centro da zona pedonal, entre as paragens de metro de S. João Baptista e Gil Vicente. Para quem vem de fora de Almada, pode apanhar o comboio para o Pragal e daí a linha de metro para Cacilhas; ou o barco para Cacilhas, podendo depois seguir em qualquer uma das linhas de metro.


sábado, 28 de junho de 2008

Trocas na Horta - 28 de Junho




No próximo sábado 28 de Junho a Horta popular da Graça, na Calçada do Monte, anima com mais um evento em prol da comunidade. Foram convidados os representantes de redes de troca como o Trocal, Banco do Tempo e Banco Comum de Conhecimentos, para depois do piquenique conversarmos sobre sistemas de troca e a capacitação dos cidadãos como possíveis soluções para a falência dos nossos actuais sistemas socio-económicos.

Trocos e trocados das 16 às 20 horas seguido de jantar popular e música no Centro Social da Mouraria.

Relembro que no mesmo dia decorre mais uma Maratona fotográfica de Alfama!

terça-feira, 6 de maio de 2008

“Há Festa na Horta!” – Dia comunitário na Horta popular da Graça, Domingo 11 de Maio



No próximo Domingo, dia 11 de Maio, no auge da Primavera, vamos convidar os vizinhos dos bairros da Graça, Mouraria e Alfama, os amigos e todos os simpatizantes de hortas urbanas e da ruralidade citadina para participar num dia comunitário na Horta popular da Graça.

Enquadramento:
Mais que nunca as cidades têm que reencontrar o seu equilíbrio e voltar a abraçar a natureza da qual se afastaram nos últimos 50 anos. Os habitantes das cidades nunca foram tão dependentes dos serviços de terceiros para satisfazer as suas necessidades básicas, serviços esses que se estão a tornar cada vez mais proibitivos. 2008 é o ano em que o aumento gradual dos preços das comodidades se vai sentir de maneira dramática, com os cereais a aumentar mais de 50% enquanto o acesso a legumes frescos de qualidade se limita a uma faixa cada vez mais pequena da população.

À falta de autonomia dos munícipes e o seu afastamento da produção da terra, se juntam a perda de espaços comuns e sobretudo de espaços verdes para conviver, para gozar os tempos livres e para fomentar um sentimento de segurança e de pertença.

O conceito da horta urbana insere-se firmemente numa estratégia de recuperação da sustentabilidade urbana, ligando factores sociais, culturais e ambientais. Contribui para a conservação de espaços verdes naturais, um planeamento urbano mais humano, a segurança alimentar, a estabilidade socioeconómica, e ainda para proporcionar lazer ou mesmo terapia.

Horta popular da Graça-Mouraria:
A Horta popular, na intersecção da Rua Damasceno Monteiro com a Calçada do Monte, nasceu como projecto do GAIA – Grupo de Acção e Intervenção ambiental, no âmbito da campanha “Por uma Agricultura mais sustentável” iniciada em 2007, no momento em que o GAIA começou o projecto “Centro Social”, albergando a sua sede nas instalações cedidas pelo Grupo Desportivo da Mouraria. Os objectivos do projecto da Horta são: Promoção da Agricultura Sustentável, Consciencialização para os Benefícios da Agricultura Sustentável, Atrair os Jovens para a dinâmica entre cidade e campo, Convidar os Mais Jovens para o desenvolvimento de actividades comuns ligadas ao Desenvolvimento Sustentável e Preservação da Natureza, Envolver a Comunidade local na manutenção de uma horta urbana, promovendo a sua autonomia.

Todas as segundas-feiras o Grupo da Horta reúne no local para juntos trabalharem a encosta solarenga, cuja terra sofreu sucessivos despejos de entulho e lixo e está ainda pouco fértil, plantando variedades que vão arranjando e partilhando, semeando novos mini-lotes, soltando a terra e regando-a, com o objectivo de ali recriar um ecossistema equilibrado, aplicando as técnicas ancestrais da agricultura biológica. Sempre que passe um morador curioso, é convidado para espreitar os afazeres e receber uma explicação do projecto, impulsionando a participação activa dos residentes dos bairros adjacentes.

A iniciativa está a começar a ganhar alento e os resultados estão à vista, com uma variedade de talhões semeados ou plantados – couves, alfaces, tomate, milho, favas, cebola, acelga, alho francês, abóbora,.. -, umas jovens árvores e algumas plantas resgatadas das Hortas de Benfica, um talhão preparado para flores, todos rodeados por plantas e ervas espontâneas essenciais para o controlo natural das pragas.

Neste Domingo queremos celebrar a promessa desta iniciativa, incentivar o arranque de muitas mais e partilhar conhecimentos sobre horticultura social e jardinagem com vizinhos, interessados e outros horticultores. Durante todo o dia operará uma oficina de construção de mobiliário urbano reciclado, aberta a todos. À tarde juntar-nos-emos para umas tertúlias sobre hortas urbanas e ruralidade e teremos a oportunidade de uma visita guiada à Horta, enquanto as crianças são entretidas por dois animadores e um artista plástico, tudo isto ao som de música acústica e ao sabor de petiscos com ingredientes da própria Horta. Ao fim do dia a festa continua no Centro Social na Travessa de Nazaré.

Propósitos do dia comunitário:
- Promover o conceito das hortas urbanas.
- Promover em particular a horta urbana da Graça para que ela ganhe massa crítica.
- Fomentar a troca de conhecimentos com vizinhos, interessados e outros horticultores.
- Ajudar a garantir o continuado uso público para fins verdes do terreno em questão.
- Proporcionar um verdadeiro convívio comunitário.
- Servir de exemplo para outras iniciativas semelhantes.

Programa do dia – Concertos e consertos, conversas e passeios na Horta:
9.00 – 19.30:
Oficina de construção de mobiliário urbano reciclado
14.30 – 19.30:
Tertúlias com Arq. Gonçalo Ribeiro Telles, Ângelo Rocha (Miosótis), Raquel Sousa (Agrobio), Fernando Pires (Biocoop) e o GAIA
Visitas guiadas à Horta
Bancas informativas do Banco Comum de Conhecimentos e do GAIA-CSM
Espaço para crianças, Pintura livre, Música acústica ao vivo, Petiscos vegetarianos
A partir das 20.00:
Jantar popular e festa no Centro Social da Mouraria

Programa completo no cartaz (coluna direita)
Google map da Horta

Uma iniciativa GAIA-CSM (Grupo da Horta), Retomar a Rua e Alcachofra

A ecopolis e o lugar ao sol das hortas urbanas

Nas primeiras civilizações o principal objectivo da agricultura era a fixação das pessoas ao proporcionar-lhes qualidade de vida. A relação entre as cidades emergentes e a ruralidade era simbiótica. Nas megacidades de hoje, que estendem betão por áreas insustentavelmente grandes, fazendo retroceder e desaparecer as zonas rurais debaixo de autovias e dormitórios , convidando ao uso do carro mesmo que seja a passo de caracol, parece reger a convicção de que qualidade de vida é confinar a natureza, concentrar os serviços e afastar a produção dos nossos alimentos. Zonas verdes só mesmo no espaço que sobra do frenesim da construção e só se forem inteiramente domadas: um banquinho desconfortável, canteirozinhos, um escorrega com chão de borracha, um caminho iluminado com holofotes e uma placa ‘não pisar a relva’.

Lisboa já foi uma cidade de tradição hortícola. E entre as ruínas das quintas de outrora e à beira das estradas de 6 e 8 vias, os resistentes, na sua maioria de 3ª e 4ª idade com origens rurais ou imigrantes horticultores, mantêm o bom costume do cultivo próprio.

No entanto mundialmente 800 milhões de pessoas dedicam-se à agricultura urbana (FAO 1998), assumindo 15% da produção mundial de alimentos. Há cidades auto-suficientes em produtos vegetais, outras, como Londres e várias cidades na Holanda, produzem cerca de um terço dos seus alimentos verdes.

As hortas urbanas não são só um suplemento ou uma ajuda no rendimento familiar, nem só uma reafirmação identitária das origens e do património cultural herdado, nem tão só uma ocupação de tempo alternativa e terapêutica. Mais que isso, inserem-se numa perspectiva holística dos habitats humanos, onde natureza e edificado vivem em harmonia, onde a civilização encontra a eco-técnica e a biosfera. Numa ecopolis a vegetação desempenha funções de termorregulação, de controlo da humidade e protecção do sol e vento, de limpeza do ar, de diminuição do ruído e ainda como elemento integrador da paisagem. Aqui, a agricultura não tem exclusivamente uma função produtiva mas contribui activamente para a criação de um ecossistema regenerativo e lança as bases para o estabelecimento de comunidades no sentido original da palavra.

São inúmeros os benefícios das hortas urbanas, sejam elas sociais, de recreio ou pedagógicas. A nível ambiental, desempenham uma função importante na potenciação da biodiversidade local, a infiltração das águas pluviais e a diminuição do ruído e da poluição. De salientar que por norma as hortas urbanas respeitam os princípios da agricultura biológica e podem servir para reciclar os resíduos orgânicos da cidade para além de aproveitar as águas residuais. Ao nível do planeamento urbano, têm um papel na preservação de espaços verdes, de reabilitação de espaços públicos abandonados ou degradados e de ligação dos corredores verdes. No campo social, proporcionam uma actividade lúdica, são uma oportunidade de convívio e estimulam a participação dos cidadãos. Por fim, no plano económico, representam um contributo para a menor dependência dos produtos exteriores, a poupança de energia e ainda para a afirmação do direito à soberania alimentar.

Hoje, 50% da população humana vive em cidades, criando uma pressão insustentável sobre os recursos naturais. É impossível não nos realizarmos que crescer não é sinonimo de desenvolver. Os agrossistemas podem e devem dar uma contribuição preciosa na interligação entre o edificado e a sustentabilidade, para que abracemos de novo a ruralidade banida e desprezada durante os últimos 30 anos.

‘O homem do futuro terá tanto de rural como de urbano sem que nele se confundam ou diluam as duas ancestrais culturas’ (1).

Fontes: Globonews, BSCD Portugal, Mó de Vida, Jacinto Rodrigues - Fac. de Arquitectura da Univ. do Porto, José Mariano Fonseca , Rita Calvário in Blocomotiva, Arq. Gonçalo Ribeiro Telles in Jornal de Leiria

(1) José Mariano Fonseca in Hortas urbanas – o seu florescimento e a sua componente didáctica

domingo, 6 de abril de 2008

ACÇÃO Hortas de Benfica/ CRIL - Relato de uma acção cívica espontânea


No dia 26 de Março fomos alertados por uma membro do GAIA, a Raquel, de que as obras da CRIL estavam prestes a destruir um terreno rural da antiga Quinta das Pedralvas, onde existem hortas desde há mais de 30 anos. A intenção inicial foi de levar as plantas salváveis para novos lares antes do arranque da terraplanagem, mas eis que no terreno fomos confrontados com a ameaça de abate de uma quantidade considerável de árvores e a existência, nesta altura de Primavera, de ninhos com ovos e crias. Encontrámos também hortelões e hortelonas confusos, desorientados e ainda em negação do sucedendo, apesar das retroescavadoras já estarem a cercar o terreno para marcar o perímetro. Com os carros a transbordar de plantas, decidimos visitar o estaleiro onde conseguimos falar com um representante da dona da obra, Estradas de Portugal. Um pouco incomodado com a nossa visita, acordou em arranjar uma reunião com o empreiteiro para discutir a situação e acedeu ao pedido de poupar árvores a serem assinaladas por nós até se encontrar uma solução para o seu transplante. Avisou no entanto que o início do arrasamento (nas palavras dele ‘limpeza’) estava previsto para segunda-feira, sem falta.

Lançámos um apelo urgente de ajuda na marcação de árvores e a máxima recolha de plantas, usando as nossas redes pessoais e das associações a que pertencemos. Durante o fim de semana pais da eco-escola da minha filha, membros do GAIA e outras associações ambientais, amigos e ainda dinamizadores das novas hortas urbanas que estão a nascer em Lisboa e arredores correram o terreno de cima a baixo. Marcámos árvores com fita polícia que eu costumo ter em casa para ocasiões diversas ☺. Falámos com as pessoas das hortas, lançando-lhes o aviso e pedindo-os que nos deixassem levar as plantas. Tentámos perceber onde havia ninhos. E fizémos um levantamento sumário.

Na segunda-feira lá fomos falar com o empreiteiro. Fomos recebidos por dois jovens engenheiros civis e uma muito jovem engenheira do ambiente, solitariamente responsável por acompanhar a componente ambiental, sem fiscalização externa.. Havia alguma abertura para ajudar no transplante das árvores, desde que para um terreno próximo, e para nos dar tempo para resgatar o máximo de plantas. No que respeitava aos ninhos, no entanto, erguia-se uma parede. Adiar a terraplanagem 2 semanas para dar tempo às crias voarem estava fora de questão. Sentimos a total ausência das componentes ambiental, social e histórica no projecto da CRIL cuja planta foi desenrolada à nossa frente. Voltámos com os engenheiros ao terreno, onde a linda figueira das irmãs que cultivavam a horta mais acima já tinha sido derrubada.. O engenheiro jurou novamente respeitar as nossas fitas e de facto fê-lo a partir daí. Obrigámos também a engenheira a ficar no terreno a vasculhar as canas prestes a tombar para assegurar que não houvesse ninhos.

Iniciou-se a fase mais atribulada da acção. Acho que nunca tinha feito nem recebido tantas chamadas por dia nem enviado tantos emails! Contactámos todas as associações ambientais com o mínimo de renome, para além da Agência Portuguesa do Ambiente, o ICN e até a Inspecção Geral do Ambiente, para perceber qual o enquadramento legal do derrube de árvores e ninhos. Chamámos o SEPNA (Brigada Verde da GNR) duas vezes para o terreno, até finalmente encontrarem um ninho com crias (da primeira vez tinham ido de noite..). Falei com os jornais: SOL, Público, agência Lusa,.., que publicaram o apelo, reiterado também em vários blogs. O jornalista do Jornal da Região de Lisboa entusiasmou-se com a causa e publicou a história como artigo de capa. Uma fotógrafa, não me lembro de que jornal, praticamente se amarrou durante uma tarde a um pessegueiro à espera de poder imortalizar o seu derrube, o que provocou uma chamada desesperada do empreiteiro a perguntar se era uma conhecida nossa.

Sobretudo ligámos 50 vezes para o Departamente de Espaços Verdes da CML, nós e uma panóplia de pessoas que se ofereceram para fazer pressão. Pois rapidamente a rede de apoio cresceu, tanto on- como offline, e já tinha dificuldade em saber quem era quem.. Eu e a Raquel andávamos com um papel com os nomes e contactos para nos orientarmos na profusão de confirmados e potenciais apoiantes. Ironicamente perdi esse papel no dia em que finalmente fomos contactados não pela Câmara mas por uma associação de moradores de Carnide que com apoio da sua Junta ofereceu organizar um terreno para receber as árvores. Muitas das plantas tinham entretanto sido transplantadas, por meios nossos e ainda uma carrinha da obra, para a Horta popular da Graça e o jardim da eco-escola Verdes Anos de Monsanto. Foi precisamente esta escola que acabou por mobilizar o maior apoio especializado: uma mãe bióloga do ICN ajudou-nos a encontrar a Declaração de Impacto Ambiental, um pai engenheiro florestal fez um levantamento mais completo das árvores e os ornitólogos da Terramater, empresa verde de dois pais, andaram à procura de ninhos.

No dia 4 de Abril finalmente conseguimos o transplante de uma dezena de árvores. Outra dezena (ou mais, se conseguirmos), decorada com fita, aguarda o próximo transplante a combinar, para depois poder dar a acção como concluída sem encerrar o assunto..

E assim um movimento cívico espontâneo começou com plantas, passou por árvores e ninhos e acabou por chamar atenção para a importância da ruralidade na cidade, denunciando os grandes projectos de ‘utilidade pública’ que privilegiam o betão, o carro e a utopia do progresso em detrimento da história, da natureza livre e das pessoas.